O Núcleo de Londrina do Gaeco, do Ministério Público do Paraná, deflagrou a terceira fase da Operação Mar Vermelho, que visa desarticular uma organização criminosa voltada ao desvio e ao roubo simulado de cargas, com a participação de policiais militares e civis, empresários, motoristas e um advogado.
A ação é um trabalho conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar de Londrina e contou com a participação do Gaeco e da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e 18 de medidas cautelares diversas.
As ordens judiciais foram cumpridas em 12 municípios de três unidades da Federação: Londrina, Cambé, Ibiporã, Arapongas, Guarapuava, Matinhos e Curitiba, no Paraná; Mairiporã e São Paulo, no estado de São Paulo e Joinville, Itapoá e Caçador, em Santa Catarina.
As investigações são um desdobramento de apurações anteriores que apontaram que os investigados cooptaram policiais militares e civil para a realização de boletins de ocorrência falsos, noticiando supostos roubos de cargas, as quais eram posteriormente desviadas e receptadas por empresários.
A partir da análise de dados bancários, fiscais e telemáticos, foi comprovado um complexo esquema criminoso dividido em três núcleos: operacional, receptador e policial.
O Gaeco apurou que o grupo criminoso simulava roubos de cargas para dar aparência de legalidade à apropriação e desvio dos produtos, que eram vendidos a receptadores pré-determinados.
O núcleo policial, alvo principal desta fase da operação, era essencial para o funcionamento do esquema.
Os policiais civis e militares cooptados para confeccionar os falsos boletins de ocorrência recebiam valores aproximados de R$ 5 mil.
Os mandados foram expedidos pela Vara da Auditoria da Justiça Militar do Paraná e pelo Juízo das Garantias da Vara Criminal de Ibiporã.
Além das buscas para a apreensão de documentos, mídias e dispositivos eletrônicos, o Judiciário determinou a imposição de medidas cautelares diversas da prisão a sete investigados, incluindo a suspensão do exercício da função pública dos policiais militares da ativa envolvidos, a proibição do uso de fardamento e armamento e a suspensão de acesso aos sistemas de investigação policial.
Além disso, foi determinada aos investigados a proibição de manter contato entre si e com quaisquer outras testemunhas ou investigados, a proibição de se ausentarem de suas Comarcas sem autorização judicial e o afastamento da inviolabilidade profissional do advogado investigado por indícios de autoria e materialidade de crimes.
(Rádio Educadora/Com Inf. Catve/Gaeco)