A crescente tensão entre os Poderes da República voltou ao centro do debate político no Brasil. Desta vez, a principal crítica recai sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acusado por parlamentares e juristas de adotar posturas autoritárias que colocariam em xeque os princípios constitucionais da democracia brasileira.
O deputado federal Dilceu Sperafico, do PP do Paraná, figura histórica do Congresso e defensor declarado do estado democrático de direito, não poupou palavras ao criticar a atuação do ministro.
Em pronunciamento o parlamentar afirmou que "o equilíbrio entre os poderes está sendo destruído por decisões unilaterais que ignoram o devido processo legal".
Sperafico mencionou diretamente os processos relacionados aos atos de 8 de janeiro, classificando-os como uma “injustiça contra homens e mulheres de bem”.
Segundo o deputado, os acusados não tinham estrutura militar, armamento, nem liderança organizada que caracterizasse uma tentativa real de golpe.
“É lamentável o que Alexandre de Moraes está fazendo com os nossos patriotas”, declarou.
A crítica aumentou após a recente ordem de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada por Moraes.
Para Sperafico, a decisão acentuou a polarização no país.
“O povo foi às ruas no último domingo contra os absurdos decididos por um único ministro.
Não aceitaremos viver sob uma ditadura”, protestou o parlamentar.
Além da crise institucional, Sperafico também comentou o impacto do chamado “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos a cerca de 8,3 mil produtos brasileiros.
A medida aumentou em 50% as taxas sobre itens exportados pelo Brasil, afetando diretamente setores como o agronegócio.
“Café, soja, hortifrutigranjeiros, tudo será taxado. Isso é um golpe direto na economia do Paraná e do Brasil”, afirmou Sperafico, ressaltando que o governo federal não apresentou até agora uma estratégia concreta para reverter o cenário.
Na visão do deputado, o presidente Lula contribuiu para o agravamento da situação diplomática ao sugerir a criação de uma moeda única entre os países do Brics para substituir o dólar.
A fala, considerada provocativa por diplomatas, teria contribuído para o endurecimento da postura americana. “
Ao invés de aproximar, Lula afastou ainda mais os Estados Unidos.
E quem paga a conta é o povo brasileiro”, lamentou
A crise entre Judiciário e setores do Legislativo, somada à tensão diplomática com os EUA, revela um momento delicado para o Brasil.
Em meio a decisões judiciais questionadas e medidas econômicas externas desfavoráveis, a estabilidade institucional e o equilíbrio democrático estão sendo postos à prova.
As ruas, como indicam as recentes manifestações, voltam a ser palco da insatisfação popular.
(Rádio Educadora/Com Inf. Assessoria)